Cardio-oncologia

Cardio-oncologia previne doenças do coração causadas por tratamento de câncer

O diagnóstico precoce e os tratamentos avançados contra o câncer aumentaram a expectativa de vida dos sobreviventes, no entanto, com o aumento da sobrevida, também aumentaram as chances do doente desenvolver toxicidades cardíacas provenientes do próprio tratamento contra o câncer (incluindo quimioterapia e radiação), além do aumento na incidência de doenças cardiovasculares devido a fatores de risco comuns, como idade, estilo de vida e tabagismo.

A doença cardiovascular é a principal causa de morbidade e mortalidade em sobreviventes de câncer, que em 2016 incluiu 15,5 milhões de americanos. O risco de doenças cardiovasculares em sobreviventes de câncer é 8 vezes maior do que na população em geral. Há evidências de danos cardíacos e vasculares em 50% dos sobreviventes de câncer 5 anos após a quimioterapia.

Reconhecendo e respondendo a esta carga emergente de saúde global, os cardiologistas estão se especializando no cuidado de pacientes oncológicos com cardiotoxicidade induzida por câncer e problemas cardiovasculares concomitantes. Trata-se de uma sub-especialidade emergente chamada “Cardio-Oncologia” ou “Onco-Cardiologia”. Muitos centros de câncer e hospitais de cuidados terciários em todo o mundo estão agora estabelecendo clínicas de Cardio-Oncologia, onde os especialistas desempenham um papel fundamental na gestão de doenças cardíacas em pacientes com câncer.  É uma plataforma multidisciplinar onde as interações cardiovasculares são equilibradas com a terapêutica do câncer para proporcionar ao paciente os melhores resultados possíveis oncológicos e cardiovasculares.

No Brasil, a Cardio-oncologia ainda é um subespecialidade muito nova e carece de profissionais e centros especializados na área.

A Dra. Natália Aarão se especializou na área de cardio-oncologia em um dos mais renomados centros de cardio-oncologia americana, o Hospital Mount Sinai, em Nova Iorque, que é coordenado pela respeitada Dra. Gagan Sahni.

“O uso crescente de quimioterapia e radioterapia, associado ao aumento na sobrevida dos pacientes, e ao uso de drogas com potencial de cardiotoxicidade, tornou imprescindível a criação de uma especialidade voltada para tratar especificamente desses doentes. Acredito na importância desse serviço para melhorar a sobrevida dos pacientes oncológicos e no treinamento de profissionais de todo o mundo, a fim de que esse serviço se solidifique”, disse a Dra. Natália Aarão.